quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

PMDB se oferece para ver quem paga mais, afirma Simon

Simon lidera encontro do PMDB do Rio Grande do Sul. Foto do Arquivo do Blog.

Após críticas de Jarbas, agora é a vez de outro senador da sigla atacar os ?métodos de condução? dos líderes

O Estado de São Paulo 24/02/2009
Eduardo Kattah

O senador Pedro Simon (RS) disse que "o PMDB está se oferecendo para ver quem paga mais e quem ganha mais" na articulação para a eleição presidencial em 2010. Numa entrevista publicada ontem pelo jornal O Tempo, Simon afirmou que o processo de escolha do partido se dará entre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ambos pré-candidatos ao Planalto.

O senador Simon é um dos líderes da ala favorável a que o PMDB lance um candidato próprio à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Simon criticou os "métodos de condução" do atual comando do PMDB. Disse que a direção "não está à altura do partido". Sugeriu "uma limpa" na legenda e disse que no governo do presidente Lula a maior parte dos correligionários peemedebistas utiliza como moeda de negociação com o governo federal a ocupação de espaço na máquina pública.

- Passou a ser a política de quem paga mais. Eles ficam esperando para ver quem paga mais", insistiu o senador. Simon lembrou que a mesma situação ocorreu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "O PMDB fez de tudo para agradar Fernando Henrique e conseguiu ''carguinhos''. Agora faz a mesma coisa com Lula."

Peemedebista histórico, o senador gaúcho foi um dos poucos integrantes da legenda a se solidarizar com as críticas do senador Jarbas Vasconcelos (PE) ao partido. À revista Veja do dia 18, Jarbas disse que "boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção" e que "a maioria de seus quadros se move por manipulação de licitações e contratações dirigidas". A entrevista de Jarbas Vasconcelos deu em nada.

A direção peemedebista preferiu não responder. Mas insinuou que o senador pernambucano só a atacou porque ele é candidato à vaga de vice numa eventual candidatura de Serra.As críticas do senador pernambucano à cúpula do PMDB não acrescentaram fatos novos em relação a tudo que se fala do PMDB - um partido fisiológico que abandonou sua história para se apegar a cargos que o ajudam a se tornar mais forte nos Estados e nos municípios a cada eleição.

Mas mostraram Jarbas Vasconcelos em claro confronto com o presidente do Senado, José Sarney (AP), ao qual atribuiu a intenção de transformar a Casa num feudo da família, a exemplo do que acontece no Maranhão há 40 anos. Sarney chegou à presidência do Senado depois de derrotar o petista Tião Viana (AC), que na disputa foi apoiado por Jarbas Vasconcelos. Simon não declarou o voto.

O PMDB é considerado o garantidor da governabilidade de qualquer presidente, dado o seu gigantismo e o fato de ter as maiores bancadas da Câmara e do Senado. O partido tem sabido cobrar caro por isso. No governo atual, ocupa seis ministérios: Comunicações, Saúde e Minas e Energia, entregues ao Senado; Integração Nacional, Defesa e Agricultura, dados à Câmara. Somando-se ministérios e estatais, o partido comanda R$ 251 bilhões do orçamento do governo de Lula.

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